Quem Somos

Sobre o CCEV

No final do ano de 2015, quando um novo Golpe já era anunciado, um grupo de militantes da esquerda iniciou as primeiras conversas para constituir um lugar de encontros de agregação de forças progressistas – seguindo a centenária ciência da classe trabalhadora de organizarem-se coletivamente em clubes, escolas, associações, sindicatos e partidos – para fortalecer seus laços e enfrentar aos ataques do Golpe de 2016, com demarcadas matizes racistas, xenófobas e fascistas.

O CCEV vem sendo construído por trabalhadoras e trabalhadores envolvidos nas lutas sociais na educação, nos serviços públicos, na cultura e na saúde. Em todos esses campos a educação popular e anticapitalista é um eixo estruturante.

Com esse objetivo, o Centro Cultural Esperança Vermelha – CCEV foi aberto em março de 2016 para ser um espaço de atividades culturais, políticas, de formação e de encontros para os setores populares e de esquerda, sendo mantido apenas com contribuições de seus colaboradores e das atividades que organizamos: – brechó, sebo almoços, festas. Desde então, várias atividades foram organizadas e o CCEV vem se tornando uma referência importante para a resistência diante de tempos sombrios.

Nossas atividades formativas são autossustentadas e contam com a participação voluntária dos/as professores/as.

O CCEV é um Centro Cultural dedicado às atividades culturais, principalmente, de educação popular, que consideramos uma poderosa ferramenta de fortalecimento do conhecimento crítico, universal e da consciência de classe. A educação popular contribui para o desenvolvimento de temas que a educação formal muitas vezes negligencia ou desenvolve de maneira superficial dados os limites institucionais e as opções adotadas, tendo a liberdade de desenvolver temas que atendam às

necessidades dos movimentos sociais e das organizações políticas com um recorte de classes, portanto, assumindo uma posição de colaboração com o processo de transformação social.

As atividades desenvolvidas no CCEV promovem a articulação com outras iniciativas semelhantes, buscando a construção de uma rede de entidades e organizações que fortaleçam o campo popular.

Nesse curto período de existência, destacamos as principais atividades desenvolvidas pelo CCEV: atividades culturais, gastronômicas, festas, lançamentos de livros, saraus, debates, sebo e brechó, aulas de capoeira, espaço utilizado por diversos movimentos sociais, rodas de conversas semanais com temas conjunturais, cursos de formação.

Em Com relação aos cursos, desde 2016, participaram presencialmente de nossos cursos de formação centenas de pessoas, entre educadores, estudantes, militantes de variados movimentos sociais. Nas atividades virtuais, o número de acesso também foi considerável.

Ainda sobre os cursos, destacamos a realização de História da África, com cinco edições, contando com a presença de especialistas, pesquisadores e professores envolvidos nessa temática, buscando apresentar um panorama histórico desde os primórdios das formações sociais africanas até o período atual. Nas primeiras edições incluímos as temáticas de relações étnico- raciais no Brasil para, em seguida, como desdobramento dessa temática, realizarmos um roteiro específico do curso

Relações Étnico-raciais no Brasil, Filosofias Africanas, Literatura Africana, além de oficinas de Máscaras africanas, de confecção de Abayomi, de Grafismo Africano.

Ao longo do tempo, notamos a grande de presença de educadores e estudantes em nossas atividades, o que nos impulsionou a organizar outros cursos, como o História e Teoria da Educação, em duas edições, contando com uma parte sobre a história da educação geral e do Brasil e uma segunda parte com um recorte teórico, de estudos dos importantes educadores e teóricos de áreas próximas. A partir dessa experiência, também como desdobramento dos interesses dos participantes,

organizamos duas edições de um curso específico sobre Pedagogia Freinet.

No segundo semestre de 2020, em parceria com a Escola Latino-americana de História e Política – ELAHP e com a Caixa de Ferramentas, realizamos o curso de “Educação e Revolução: a pedagogia socialista soviética”, contando com especialistas e professores de várias regiões do Brasil. Em função da pandemia, realizamos essa atividade virtualmente.

Em Com relação às temáticas políticas, históricas e filosóficas mais gerais, organizamos cursos sobre capitalismo e socialismo no terceiro milênio, história do marxismo, com variados roteiros, história da América Latina, partidos e política no Brasil, filosofia chinesa, sobre literatura palestina, história dos Estados Unidos e história do PT. Na área da cultura, desenvolvemos cursos sobre história da arte, música popular brasileira e cultura e luta política. Por fim, destacamos também a realização, entre setembro e novembro de 2020, dos cursos on- line Reflexões Sobre a História de Campinas e Histórias do PT no governo de Campinas, tendo por objetivo um balanço detalhado das experiências petistas em duas gestões, a primeira no Governo Jacó Bittar, com o rompimento do PT, e a segunda gestão com o Governo Toninho/Izalene.

Em 2022, de forma virtual, realizamos os cursos sobre Questões atuais de políticas educacionais, Literatura Palestina, História dos Estados Unidos. Presencialmente, realizamos o curso O que é o petismo e como funcionam o PT e suas tendências.

A iniciativa do Centro Cultural Esperança Vermelha seguramente não é a única experiência de educação popular em curso na cidade de Campinas, estando pari passu com outros projetos educacionais populares organizados por trabalhadores e para trabalhadores. Tampouco é a única experiência de formação de professores e militantes do movimento negro sobre a Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino de História e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar.

Ao tratar de temas tão amplos e diversos, assumimos o risco de deixar lacunas em prol de expor e refletir uma experiência, em suas especificidades, que inserem-se pontualmente em um contexto significativamente maior. Feita esta ressalva, é importante registrar aqui o sucesso desta iniciativa ao atrair trabalhadores e trabalhadoras que dedicam uma parcela de seu escasso tempo livre em um esforço coletivo de aprendizado onde o que está em jogo não é um diploma ou título qualquer, mas a elevação da consciência, porque não dizer, de classe e de raça.

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